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João Nunes, Filipe Guerreiro e José Gonçalves venceram o Campeonato de 2017 da Secção de Mini-Veleiros do CNH

Atrás, da esquerda para a direita: Neri Goulart; Luís Alves; Mário Carlos; Luís Costa (Vice-Presidente do CNH); Emanuel Silva; Ricardo Lacerda, João Sequeira e José Gonçalves

À frente, pela mesma ordem: António Pereira; Flávio Pereira; Filipe Guerreiro e João Nunes

Foi num ambiente de amizade – caracterizador da Secção de Mini-Veleiros do Clube Naval da Horta (CNH) – que decorreu, na tarde desta sexta-feira, dia 23, a Entrega de Prémios do Campeonato de 2017 desta Secção.

Na Sessão, que teve como espaço o Bar do CNH, Luís Costa, Vice-Presidente da Direcção do CNH, disse ser “uma honra para o Clube poder contar com esta Secção, que se tem revelado dinâmica e com um número crescente de adeptos”.

Este Dirigente agradeceu aos Patrocinadores dos Troféus – “Turismar” e “Ourivesaria Olímpio” – o apoio dado ano após ano.

O Vice-Presidente do CNH revelou que, no âmbito da reestruturação em curso, será nomeado um novo Director para esta Secção, a qual tem vindo a ser coordenada por Bruno Rosa.

A terminar a sua breve intervenção, Luís Costa sublinhou a disponibilidade do Clube para aquilo que os Mini-Veleiros necessitarem.

O Campeonato de 2017 é o somatório de todas as provas realizadas ao longo do ano transacto e que foram: “Troféu Semana do Mar”, “Regata Nossa Senhora de Lourdes”, “Regata do 70º Aniversário do CNH”, “Troféu Ourivesaria Olímpio” e “Troféu Turismar”.

As Classificações de todas estas Provas estão disponíveis na Página do CNH.

Feitas as contas, a Classificação do Campeonato de 2017 da Secção de Mini-Veleiros do CNH ficou assim ordenada:

1º - João Nunes

2º - Filipe Guerreiro

3º - José Gonçalves

4º - João Sequeira

5º - António Pereira

6º - Luís Alves

7º - Ricardo Lacerda

8º - Hedi Costa

9º - Eduardo Pereira

10º - Flávio Pereira

11º - Mário Carlos

12º - Neri Goulart

13º - Emanuel Silva

De realçar que a assiduidade é um dos critérios que pesa decisivamente nos resultados, pelo que o bom desempenho, sozinho, não é sinónimo de vitórias.

“Patrocino o “Troféu Turismar” por gosto e camaradagem”

Mário Carlos encontra-se, há anos, num duplo papel pois, além de praticante desta modalidade, é, também patrocinador, sendo proprietário da Empresa de Actividades Marítimo-Turísticas “Turismar”, nome atribuído a um Troféu.

Neste ano de 2018, será a quarta vez consecutiva que patrocinará o “Troféu Turismar”, composto, como habitualmente, por 6 Provas, e que arrancará em Outubro.

No próximo mês – dia 11 – terá início a Época de 2018 dos Mini-Veleiros, com o “Troféu Ourivesaria Olímpio”, igualmente constituído por 6 Provas.

Questionado sobre as razões que o levam a, uma vez mais, embarcar no patrocínio deste Troféu, Mário Carlos refere que o faz “por gosto e camaradagem”. E acrescenta: “Trata-se de um patrocínio simbólico, portanto, o que me move é o convívio que existe”.

mario carlos por cristina silveira 2014

Mário Carlos: “Trata-se de um patrocínio simbólico, portanto, o que me move é o convívio que existe”

Os prémios do “Troféu Turismar” 2017 primaram pela inovação, tendo sido executados no Faial. Ostentam o símbolo da Empresa de Mário Carlos simbolizando, ao mesmo tempo, um barco. A base em pedra pretendeu dar “um ar mais natural”, numa alusão à rocha existente no mar, meio onde decorrem as regatas.

Mário Carlos manifesta a sua satisfação pelo crescimento da Secção dos Mini-Veleiros, pois, “um maior número de participantes torna as regatas mais engraçadas”.

“Conseguir conciliar as muitas actividades existentes com a vida pessoal, significa nem sempre poder estar em todas as provas”, refere este amante do desporto, que há 25 anos integra a Secção de Botes Baleeiros do CNH.

João Nunes: 16 anos a praticar

João Nunes, 1º classificado na “Regata Senhora de Lourdes”, “Troféu Ourivesaria Olímpio” e Campeonato de 2017, anda nos Mini-Veleiros há cerca de 16 anos, tendo comprado o barco em 2002.

“Vi a malta a praticar, achei piada e comprei o barco. Foi uma boa decisão, pois o grupo é engraçado.

O núcleo duro, desde esses tempos, é José Gonçalves, João Sequeira e Neri Goulart”.

Este vencedor de inúmeros prémios, considera que “o mais difícil é o investimento inicial” – aquisição do barco – embora não represente mais do que 200 euros, se estivermos a falar de um mini-veleiro novo.

A avaliar pelo número crescente de adeptos – em 2017 houve mais 3 e reservam-se surpresas para a nova temporada – esse não parece ser um entrave. “Temos muito interesse em novos participantes e o desafio é melhorar continuamente. Estamos sempre disponíveis para dar todo o apoio necessário”, realça João Nunes, que vê nos Mini-Veleiros “um escape de fim-de-semana”.

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Vencedores do “Troféu Turismar” 2017: 1º - António Pereira, 2º - João Nunes, 3º - João Sequeira

João garante que na Secção “são mesmo todos amigos”, prevalecendo “o espírito de entre-ajuda”. “No início, íamos para a oficina do Zé Gonçalves (em casa dele) fazer as reparações e manutenções necessárias e a Guida (a mulher) fazia um petisco para a gente. Ajudamo-nos e partilhamos pormenores e descobertas”.

Tendo em conta que o material vem todo de fora, há que improvisar. “Inventamos muito e o que interessa é que a nossa criatividade e imaginação funcionem”.

Relativamente aos elementos mais novos, este velejador rodado e ex-Dirigente, sabe que “todos dão o seu melhor, tentando evoluir e aprender para estar ao mesmo nível de quem já é mais experiente. Ao fim de 2/3 anos de prática, os participantes vão adquirindo traquejo, mas naturalmente que a experiência ajuda muito”.

João Nunes – que já foi Director desta Secção e Responsável interno da mesma – sublinha que “os velejadores contam sempre com o barco de apoio do CNH na montagem dos percursos”.

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João Sequeira, Responsável interno pela Secção; e os três vencedores do Campeonato de de 2017: José Gonçalves (3º); João Nunes (1º) e Filipe Guerreiro (2º)

Filipe Guerreiro: um velejador recente, mas vitorioso

Filipe Guerreiro ainda não pratica há 2 anos, sendo considerado uma revelação, que privilegia a participação regular. É olhado como um caso de sucesso, que rapidamente dominou a modalidade, alcançando bons resultados.

O facto de gostar “de coisas telecomandadas” foi o grande mote para aderir a esta Equipa, cujo “convívio impulsiona e motiva”, revela, frisando que “o convívio é muito importante, havendo ajuda e amizade”.

Instado a partilhar como tudo começou, recorda: “O João Nunes desafiou-me a vir ver provas e como fiquei intrigado, resolvi ver e gostei”. Daí à compra do barco foi uma questão de (pouco) tempo. “O Zé Gonçalves vendeu-me o barco que era da filha e iniciei-me. Eu sabia a teoria mas faltava-me a prática. O Zé e o João ajudaram-me muito na afinação e noutros aspectos”.

Filipe chegou, viu e venceu. Por isso, quando questionado sobre este lugar no pódio, responde: “Embora tenha trabalhado para este resultado, acho que também tive alguma sorte”.

Para este velejador, o segredo está no início: “Considero que a largada é um aspecto muito importante. Aliás, é dos mais importantes”. Mas também há outros contributos: “O trabalho de casa é igualmente determinante, pois, após cada prova, é fundamental desmontar, limpar, olear, ou seja, fazer a manutenção do barco, preparando-o para a prova seguinte. Nesta Secção, também ajuda ser um pouco engenhocas, no sentido de irmos fazendo testes e experiências com vista ao melhoramento do barco”.

E porque estamos a falar de uma Secção onde o testemunho funciona como elemento catalizador, Filipe Guerreiro avança: “Já incentivei alguns amigos e espero que possam aderir, embora reconheça que, tal como acontece noutras actividades, esta também implica algum tempo livre. Contudo, vale a pena, pois sentimos que estamos mesmo numa regata, onde levamos tudo a sério, com regras a cumprir”.

“Entendo que é bom termos assistência o que atrai novos participantes. Já reparei que os turistas ficam curiosos a olhar e a comentar”, afirma Filipe Guerreiro, que destaca o papel do CNH, sentindo “ligação e apoio” por parte desta instituição.

José Gonçalves: “Sempre gostei de barcos à vela”

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Chalupa “Sea Bird”, com 100 anos, que pertenceu ao avô de José Gonçalves

Fotografia de: José Gonçalves

“Sempre gostei de vela e de barcos à vela e meu avô – Manuel Emídio Gonçalves Júnior – tinha um barco, sem radio-controle, com que fazia regatas, há 100 anos. Era uma chalupa baptizada como “Sea Bird”, que tinha pertencido a um estrangeiro, que depois a ofereceu a meu avô. Meu pai também participava em regatas com esse barco e eu, que devia ter uns 15 anos, ia com ele.

Brincava sozinho na Marina, quando ainda só havia as estacas, numa altura em que meu primo – João Sequeira – estava a construir o seu mini-veleiro. Depois, fazíamos regatas um contra o outro”. Relato de José Gonçalves quando convidado a fazer um exercício de memória sobre um passado recente, revelando que a chalupa – uma autêntica relíquia centenária – foi recuperada. A fotografia cedida pelo “pai” dos Mini-Veleiros, pelo menos nas últimas gerações, demonstra isso mesmo.

A estes dois velejadores juntaram-se Pedro Azevedo, António João e Jorge Oliveira, passando a ser organizadas provas.

O gosto pela modalidade levou este aficcionado a comprar o seu mini-veleiro em 1999, numa viagem à Madeira. “Ao passar por uma montra vi o barco. E fui-me embora, mas sempre a pensar nele. A Guida apercebeu-se e disse: “Vai lá comprá-lo”. E eu assim fiz. Foi o primeiro “Vitória” (modelo) por estes lados. Neste momento, tenho três iguais além do de meu avô. E estou a construir uma réplica da chalupa, mas com controlo à distância. Contudo, a lista era ainda maior, atendendo a que vendeu o que era da filha, que não chegou a praticar. Quando se lhe pergunta o porquê de ter tantos mini-veleiros iguais, responde a sorrir: “É o vício”.

José Gonçalves gosta de ajudar e revela mesmo que a maior parte dos barcos – vêm todos desmontados – são montados na sua oficina. Sabe que, por vezes, é prejudicado nos resultados, tendo em conta que é o responsável pelas afinações de alguns que atingem belíssimos desempenhos, mas continua a manter a vontade e disponibilidade em colaborar, realçando que “não há rancor”.

Apesar do ‘fairplay’, admite que “todos os que competem é para fazer boa figura”. Por isso, a amizade sobressai mais quando acabam as regatas. Com muitas ou poucas vitórias, o saldo é sempre positivo e o convívio garantido, já que boa disposição e camaradagem são indissociáveis da Secção de Mini-Veleiros do CNH.

O número de praticantes tem vindo a crescer e podia ser ainda superior, pois “há muita gente com barco que não participa nas provas”.

João Sequeira: um velejador que gosta de construir os seus barcos

João Sequeira é um veterano nesta modalidade e o actual Responsável interno da Secção.

Recorda que antes de estarem organizados em Secção, esta actividade começou com Sócios, no ano de 2000, num tempo em que a Marina Sul ainda não era uma realidade.

“Construí o meu barco – e agora já há um segundo – e vinha com o Zé fazer umas brincadeiras junto às estacas da Marina.

Só quando o Nuno Lima integrou a Direcção do Clube Naval da Horta é que fizemos as regras para uma Classe e foi organizada a Secção. Éramos 5: eu, o José Gonçalves, o Eduardo Sarmento, o António João e o Pedro Azevedo. Vários compraram barco e as provas contavam com 7/ 9 participantes. A Secção foi crescendo aos poucos com o aparecimento de novos praticantes”, memora.

Os convívios são um marco desta Secção. “Chegámos a fazer na “Lusa”, no Bar do Clube e desde há muito que é na “70”, do Mário Carlos”.

João Sequeira sustenta que “o modelismo atrai pela dimensão” (podendo ser barcos, carros, aviões, etc) e apesar do número oscilar em cada época, lembra que, “no total, já passaram pela Secção de Mini-Veleiros do CNH mais de 50 pessoas”.

Atendendo ao número de provas realizadas, foram criados uns quadros em madeira onde cada praticante pode afixar as placas referentes às suas participações, ao longo dos anos. Um arquivo inovador e prático, capaz de narrar o percurso de cada velejador, fazendo história e memória.

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