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Semana do Mar 2014: Cortejo Náutico da Senhora da Guia juntou muitas embarcações e pessoas ligadas ao mar

Uns vão por curiosidade, outros por hábito, mas também há quem vá por uma questão de fé ou de promessa. Seja qual for a razão ou motivação, a verdade é que todos contribuíram para o brilhantismo do Cortejo Náutico da festividade em honra da Senhora da Guia, que decorreu na tarde deste domingo, dia 3 de Agosto, no âmbito da Semana do Mar 2014.



O “Cruzeiro das Ilhas” participou no Cortejo Náutico com dezenas de pessoas a bordo



O “Cruzeiro das Ilhas” foi disponibilizado pela “Transmaçor” para todos aqueles que quisessem participar, juntando-se às restantes embarcações na largada rumo ao Cortejo. Entretanto, após a missa celebrada na Ermida da Senhora da Guia, situada no Monte com o mesmo nome, a imagem seguiu em procissão até ao Centro do Mar, embarcando na Baía de Porto Pim. Daí, o Cortejo Náutico seguiu até à Baía da Horta, com desembarque da imagem na Marina. A finalizar, realizou-se a procissão desde o Largo do Infante até à igreja das Angústias, onde se incorporaram muitas pessoas, incluindo pescadores e bandas filarmónicas. A embarcação que leva a imagem é determinada por sorteio e uma vez em terra, são os homens dessa embarcação que, com muito orgulho, carregam aos ombros o andor com a imagem da Senhora da Guia até à igreja paroquial das Angústias.


Largada das embarcações envolvidas na participação do Cortejo Náutico da Senhora da Guia


A imagem da Senhora da Guia em procissão desde a Ermida (no Monte da Guia) até ao Centro do Mar (junto à Baía de Porto Pim)


A Secção de Botes Baleeiros do Clube Naval da Horta aguardava o embarque da imagem na praia de Porto Pim


Os banhistas, na praia de Porto Pim, foram envolvidos no cenário festivo


Cortejo Náutico da Baía de Porto Pim até à Baía da Horta


Rumo ao Cais de Controle da Marina da Horta


Eram muitos os que aguardavam a chegada da imagem no Cais de Controle da Marina da Horta


Um panorama privilegiado, ainda que parcial, da Marina da Horta


O fotógrafo José Macedo captou, entre outros, o momento da chegada de algumas embarcações ao Cais de Controle da Marina da Horta

Este evento foi organizado pela Câmara Municipal da Horta, com a colaboração da Associação de Pescadores de Espécies Demersais dos Açores (APEDA). O Clube Naval da Horta associou-se com embarcações, entre as quais a lancha baleeira “Walkiria” e os botes baleeiros, tal como se associaram pescadores profissionais e lúdicos, operadores marítimo-turísticos e outros, todos com os seus barcos. O Cortejo Náutico é aberto a todos os ramos da actividade marítima, com a particularidade de as embarcações – sobretudo as dos pescadores – se engalanarem com bandeiras e flores, para prestar tributo à sua padroeira, muito invocada no mar e em terra.

Jorge Gonçalves, Presidente da APEDA, diz, a propósito, que “este ano houve menos embarcações no Cortejo Náutico do que em 2013, mas ainda assim participou um número muito aceitável”.

Este Dirigente explica que também decorreu este domingo (dia 3 de Agosto) em Matosinhos, a maior festa religiosa a nível nacional ligada ao mar, onde se presta culto a Nossa Senhora dos Navegantes, mas apenas com procissão. E sublinha: “É de recordar que os pescadores do país têm sido afectados com muitos acidentes”. No entanto, o Presidente da APEDA realça que “o Cortejo Náutico da Senhora da Guia, realizado na ilha do Faial, é o maior de Portugal em mar aberto”. E acrescenta: “Nos Açores há várias demonstrações religiosas com diferentes invocações marítimas, mas esses cortejos são todos realizados dentro dos portos”.

No Faial, há ainda a particularidade de a manifestação decorrer no mar e em terra (Cortejo Náutico e procissão). Jorge Gonçalves afirma que “há uma mobilização espontânea e que alguns pescadores interrompem a faina no mar para virem tomar parte neste Cortejo, dando-se o caso de quem estava em terra também ter ido participar neste evento”.

Questionado sobre a protecção que os homens do mar procuram na Senhora da Guia, responde que “praticamente todas as embarcações têm a imagem de um santo ou santa associado à sua fé, a qual não se pode medir, sendo demonstrada de diversas formas”. E frisa: “Estas imagens funcionam como uma tábua de salvação para os homens do mar, procurando forças para continuar, mas cada um vê estas coisas à sua maneira”.

Independentemente de todas estas questões pessoais, o certo é que muitos fazem promessas em horas de aflição e neste domingo, certamente que alguns estiveram no cumprimento das mesmas, “porque os tempos são difíceis”.

Fotografias de: José Macedo