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“A Figura do Mês” - João Garcia: “O CNH tem de internacionalizar a “Atlantis Cup” e consolidar outros projectos fundamentais”

O facto de ter estado na génese da recuperação do Património Baleeiro na Ilha do Faial, enquanto Presidente da Junta de Freguesia do Capelo, levou-o a aceitar o desafio de assumir os destinos do Clube Naval da Horta (CNH), o que aconteceu durante 2 mandatos: de 15 de Fevereiro de 2005 a Outubro de 2006 e de 27 de Novembro de 2006 a Outubro de 2008.

O gosto pelos Botes Baleeiros e pelo clube náutico mais importante dos Açores, a vontade de realizar projectos que valorizem o Faial, sem esquecer a experiência adquirida, fazem com que João Pedro Terra Garcia esteja disponível para voltar a ser Presidente do Clube Naval da Horta.

Este antigo e, quem sabe, próximo líder da única instituição náutica faialense, considera que o CNH está bem implementado, na Cidade-Mar, mas precisa de mais condições para desenvolver o seu trabalho.

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João Pedro Garcia: “Quando assumi as rédeas do CNH, tínhamos uma boa parte das Secções a funcionar” 

Fotografia cedida por: João  Pedro Garcia 

- Gabinete de Imprensa do CNH: Ser Presidente de Junta ajudou-o a ser Presidente do Clube Naval da Horta?

- João Pedro Garcia: O programa de recuperação do Património Baleeiro no Faial foi iniciado pela Junta de Freguesia do Capelo. E por estar envolvido nos Botes Baleeiros, percebi que se afigurava necessário haver um organismo mais amplo – um organismo de ilha – para dar corpo a este programa. Daí, a minha aproximação ao Clube Naval através da Junta de Freguesia do Capelo. Com o entusiasmo que se gerava no CNH relativamente aos Botes Baleeiros, acabei por aceitar o desafio de também liderar o Clube e durante algum tempo fui, simultaneamente, Presidente da Junta do Capelo e do Clube Naval da Horta, situação esta que veio a revelar-se muito boa para a transição e recuperação do Património Baleeiro. A experiência que já trazia da Junta e de outros organismos naturalmente que me ajudou muito na gestão do Clube.

Na minha opinião, o facto de o Clube ter passado a contar com a Secção dos Botes Baleeiros permitiu-lhe ter uma abrangência maior relativamente às freguesias. E a verdade é que hoje, passados todos estes anos, consegue-se ver o impacto que isso teve, mediante o movimento empolgante gerado dentro e à volta desta Secção.

A recuperação do Património Baleeiro e o convite que muita gente me fez na altura para liderar uma equipa e desenvolver um projecto no Clube Naval da Horta, foram as razões que me levaram a aceitar este desafio.

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IV Regata Internacional de Botes Baleeiros, realizada em Julho de 2008

João Pedro Garcia: “O Carlos Fontes (de boné azul claro) foi o meu braço direito nas Direcções do CNH e também colaborou comigo na Junta de Freguesia do Capelo” 

Fotografia: Arquivo CNH 

- Gabinete de Imprensa do CNH: Foi fácil encontrar pessoas para integrar essa equipa?

- João Pedro Garcia: Em 2005, o Clube não estava no auge e, como tal, não havia muita gente com vontade de assumir a liderança. Aliás, esse foi, também, o  motivo que levou várias pessoas a convidarem-me, alegando a minha experiência, adquirida em vários organismos.

De certa forma, foi fácil formar essa equipa, porque havia pessoas com muita experiência no CNH. Estou a falar de gente que tinha passado por várias direcções, com capacidade pessoal para dar um contributo importante ao Clube. Sem esse grande trabalho de Voluntariado, não teria sido possível dar corpo a tantas actividades que começaram a desenvolver-se e a cimentar-se naquela altura.

Quando assumi as rédeas do CNH, tínhamos uma boa parte das Secções a funcionar, a que se juntou a Secção de Botes Baleeiros da Ilha do Faial e um conjunto de actividades que se foi desenvolvendo, nomeadamente o I Encontro Internacional de Vela Ligeira, o I Campeonato de Ilha de Botes Baleeiros, a I Regata Les Sables-Horta-Les Sables, o I Campeonato de Vela de Cruzeiro e o 1º Desfile dos Participantes no Festival Náutico da Semana do Mar, eventos estes que ocorreram no meu 1º mandato. Deu-se uma nova roupagem ao Caldo de Peixe, juntando-se o Encontro Internacional de Folclore. O CNH também se ligou à Feira Gastronómica, dando-lhe um novo impulso. O Clube deixou-se envolver um pouco mais na estrutura da Festa do Mar, com o objectivo de criar sinergias diferentes. E só se foi fazendo tudo isto, porque havia muita disponibilidade por parte dos elementos da Direcção, em conjugação com a Câmara Municipal da Horta, com o Governo Regional dos Açores e com um conjunto vastíssimo de Voluntários – como ainda hoje se verifica – que andavam ali à volta do Clube. Aliás, um dos aspectos que eu aprecio é que a maior parte desses Voluntários – muitos deles colaboraram comigo nos meus elencos – vieram a integrar direcções subsequentes e actualmente ainda fazem parte da estrutura directiva.

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João Pedro Garcia: “O I Encontro Internacional de Vela Ligeira começou quando fui eleito Presidente do CNH e juntava mais de 130 velejadores de vários países”

Fotografia: Arquivo do CNH 

Posso afirmar, sem reservas, que aqueles 4 anos se traduziram num percurso interessante. Foram 2 mandatos com 2 equipas semelhantes nalguns aspectos, mas diferentes a nível das pessoas, com consolidação de certas actividades que já vinham sendo feitas e com a implementação de novos projectos.

- Gabinete de Imprensa do CNH: Destaca alguém desse grupo?

- João Pedro Garcia: Destaco sempre 2 ou 3 pessoas mas naturalmente que, pela amizade e pelos anos que trabalhou comigo, o Carlos Fontes foi o meu braço direito nas Direcções do CNH e isso não posso esquecer. Tive várias pessoas na Direcção mas o Carlos esteve sempre comigo no Clube Naval da Horta, num grande espírito de sacrifício e de dedicação (e também colaborou com a Junta de Freguesia do Capelo) e é por isso que eu o destaco. Foi um dos meus Vice-Presidentes, assim como o Jorge Macedo e o Nuno Lima, apesar de não terem estado ao longo dos 4 anos.

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“O Fontes foi, de certa forma, o “Treinador” da Junta do Capelo para podermos participar na I Regata Internacional de Botes Baleeiros na América” 

Fotografia cedida por: João  Pedro Garcia 

É engraçado recordar que a Junta de Freguesia do Capelo foi a primeira instituição faialense a participar na I Regata Internacional de Botes Baleeiros nos EUA. Isso aconteceu, atendendo à disponibilidade existente e como eu era o Presidente da Junta, assumimos o compromisso de lá ir. E o Carlos Fontes foi, de certa forma, o “Treinador” da Junta do Capelo, pois, muitos dos que vieram a ser tripulantes nunca tinham andado de Bote Baleeiro. Por tudo isto, digo que eu e o Fontes não trabalhámos de forma conjunta apenas 4 anos mas muito mais do que isso, tendo em conta que ele já coordenava algum trabalho connosco na Junta de Freguesia ao nível dos Botes Baleeiros.

“Voltar a ser Presidente do CNH é um desafio que não coloco de parte”

- Gabinete de Imprensa do CNH: Pondera voltar ao Clube como Presidente?

- João Pedro Garcia: Sim, pondero. Não me importo de integrar uma Direcção. Não tenho que ser necessariamente Presidente, pois o Clube tem tido e tem condições para ter outros presidentes mas se for necessário dar o meu contributo nesse sentido, estarei disponível medindo, obviamente, a minha vida pessoal nessa altura. É claramente um desafio que não coloco de parte, porque é algo que gostei de fazer.

No Clube Naval conheci muitas pessoas e fiz grandes amizades. Ainda hoje ao passar na rua por pessoas que colaboraram conosco, lembro-me delas e sublinho a satisfação que demonstravam pelas noites passadas à espera que os barcos da “Atlantis Cup”, chegassem. Tenho muito presente a amizade que havia entre as pessoas. E é isso que me faz querer voltar, sabendo que nunca voltamos para fazer o mesmo.  

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João Pedro Garcia na Entrega de Prémios da “Route des Hortensias”, no Centro Botânico do Faial, em Agosto de 2007 

Fotografia: Arquivo do CNH 

- Gabinete de Imprensa do CNH: Gosta do Clube e nunca deixou de o acompanhar...

- João Pedro Garcia: Gosto do Clube e acho que ele tem uma potencialidade enorme no sentido de fomentar a realização de projectos de capital importância para o Faial  e para os Açores. E isso é o que importa. Cada pessoa que colabora com o CNH não o faz a pensar no seu ego pessoal, trabalhando, sim, para a comunidade em geral e entendo que todos temos de dar o nosso contributo. Muitas vezes se fala daquilo que não está bem feito no Faial mas todos somos chamados a participar na vida activa das nossas colectividades. Nesse contexto, se tiver que dar esse contributo mais uma vez no CNH terei todo o gosto, porque é um Clube que merece, assim como são merecedoras do meu respeito as pessoas que lá estão a dar o seu melhor, de forma gratuita.

Sinto uma grande satisfação quando vejo os Botes a saírem em regata, porque contribuímos para a sua recuperação. No entanto, o mais importante é o contributo que damos para o crescimento e desenvolvimento da nossa Terra. Sinto o mesmo quando a “Atlantis Cup” tem um número significativo de participações, como aconteceu este ano, ou quando há uma Regata de Vela de Cruzeiro no Canal, algo que não deixa ninguém indiferente.

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Porto das Ribeiras: Bote “São José”, ostentando as cores da Freguesia do Capelo 

Fotografia cedida por: João  Pedro Garcia

“O CNH não tem paralelo nos Açores”

- Gabinete de Imprensa do CNH: Estamos a falar do Clube mais dinâmico dos Açores.

- João Pedro Garcia: Para mim, o Clube Naval da Horta é um clube que não tem paralelo nos Açores. É um clube singular, porque é um clube de ilha e não só de uma cidade ou de uma localidade.

É um clube acarinhado mas que merece muito mais do que aquilo que tem. Merece ter uma sede condigna mais apoio e um olhar diferente até em termos das actividades que desenvolve. Compreendo que as dificuldades que esta Direcção sente são justas na medida em que era preciso olhar para o Clube de forma diferente, no sentido de ajudar a que essas dificuldades fossem ultrapassadas.

O CNH é um clube de ilha mas é um clube dos Açores. Na minha perspectiva, é o clube náutico mais importante dos Açores e uma das instituições mais prestigiadas a nível nacional. E está bem implementado, na Cidade-Mar, mas precisa de mais condições para desenvolver o seu trabalho, sem que com isso acresça mais despesa. Acho que o Clube tem de saber limitar bem as suas actividades e a sua expansão por forma a não prejudicar a sua essência, que é o Voluntariado.

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Yannick Le Maguer a discursar na Entrega de Prémios da “Route des Hortensias”, em Agosto de 2007, no Centro Botânico do Faial, de Lomelino Vieira.

Recorde-se que a “Route des Hortensias” foi criada com o objectivo de prestar uma homenagem a Jean Le Maguer, tendo a iniciativa partido do filho deste navegador, Yannick Maguer. A ideia de ligar as cidades de Concarneau e Horta nasceu em 1992 e 1 ano depois era realizada a 1ª edição do “Trophée Jean Le Maguer”

Fotografia: Arquivo do CNH 

Considero que o CNH tem uma riqueza ímpar ao nível dos clubes açorianos, sendo dono de uma saúde financeira mantida desde há alguns anos. Tem tido direcções renovadas, muita gente que participa nas várias modalidades e uma actividade constante. Sem dúvida que isto comprova a vitalidade que o Clube Naval da Horta tem. Não encontro paralelo com mais nenhum clube dos Açores, que comporte uma dimensão e uma diversidade de pessoas e de modalidades que, no fundo, é o que o transforma num clube muito interessante. Não é um clube de futebol, não é um clube apenas de mar, é um clube com uma diversidade e uma cultura muito próprias que vale a pena ser olhado de outra forma.

- Gabinete de Imprensa do CNH: Por quem?

- João Pedro Garcia: Devia ser olhado com maior carinho por todos. É uma instituição que merece uma atenção completamente diferente da parte das entidades e da população. E digo isto, porque o Clube Naval da Horta promove os Açores nas diversas provas internacionais, sejam elas de Vela, de Botes Baleeiros, de Mergulho, entre outras. O Clube é, efectivamente, um veículo de promoção dos Açores.

A tradição que a Vela de Cruzeiro tem neste Clube é secular, pedra basilar e exemplo para todas as outras, potenciadora desta riqueza e diversidade que o Clube tem para oferecer.

A Semana do Mar é o que é, porque existe o CNH. Quando se retirar a palavra “Mar” ela pode continuar com concertos, com restaurantes, exposições, etc, mas não será a mesma.

É imperioso haver por parte dos empresários outra disponibilidade para acarinhar as provas. Se queremos ter uma verdadeira Semana do Mar é fundamental que haja uma maior disponibilidade por parte de todos para que ela possa cimentar-se de uma forma muito mais equitativa. O que que quero dizer é que os empresários do Faial olham para a Semana do Mar de uma forma geral e não para aquilo que é preciso preservar. Não podemos estar só numa perspectiva de crítica; é preciso chegarmo-nos à frente para apoiarmos as nossas instituições, o que depois vai trazer benefícios para as empresas, seja durante o mês de Agosto seja noutra altura do ano. Isto, porque, o CNH organiza provas e eventos ao longo de todo o ano, que trazem movimento à ilha do Faial. Temos de aprender a olhar para os aspectos específicos no sentido de analisarmos as potencialidades daquilo que temos no Faial.

 “Ao promovermos a “Atlantis Cup” estamos a promover os Açores”

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“A “Atlantis Cup” tem de ser promovida em todos os certames internacionais” 

Fotografia: Arquivo CNH 

- Gabinete de Imprensa do CNH: Na sua opinião, o Clube pode ainda ir mais além?

- João Pedro Garcia: Na minha visão, o Clube deve cimentar aquilo que tem e dar continuidade a 3 ou 4 projectos fundamentais. Um deles é a “Atlantis Cup”. É forçoso partir para uma promoção internacional. E para poder fazer essa promoção das actividades e internacionalizar mais modalidades, o CNH terá de participar nalgumas feiras internacionais que possam trazer mais-valias para o Clube e naturalmente que isso implica ter recursos.

Aqui, tem um papel fundamental o Armando Castro, promotor, dinamizador das Regatas Internacionais, que muito tem contribuído e terá, com certeza, muito para dar ao Clube e à ilha do Faial, na consolidação do que referi. Nós temos os melhores e é com eles que temos de saber trabalhar para o bem comum.

A “Atlantis Cup” tem de ser promovida em todos os certames internacionais. É, porventura, o maior e melhor veículo de promoção dos Açores ao nível do Turismo de Natureza, porque percorre todas as ilhas. Pode e deve dar a conhecer, através de muita gente que pratica Vela na Europa, os Açores e a possibilidade de participar nesta Regata. Essa partipação poderá representar umas férias nos Açores.

Mas esse projecto teria de ser conjugado com o Governo Regional com o intuito de haver um apoio maior para a promoção da Regata. O que agora preconizo não constitui nada de novo, pois isso já foi feito no passado enquanto estivemos na Direcção do CNH. Recordo que participámos nos Salões Náuticos de Barcelona, Paris, Valência e Madrid, desenvolvendo contactos com os Estados Unidos da América, o que se reflectiu na crescente actividade que o Clube tem tido ao nível das regatas internacionais que chegam ao porto da Horta. Considero que seria muito importante retomar esse modelo. Tanto em Espanha, como em França sente-se o carinho das pessoas pelo Clube, por esta terra no meio do Atlântico. Acho que fizemos um trabalho interessante nessa área e a prova disso é que tivemos resultados práticos.

Ao promovermos a “Atlantis Cup” estamos a promover os Açores. Conhecer as ilhas de barco é completamente diferente do que conhecê-las vindo de avião. Realizar a Regata permite que a pessoa possa estar, participar, conhecer os nossos locais e os açorianos de maneira diferente, porque há os convívios, os passeios, a entre-ajuda prória de mulheres e homens do mar. Contudo, essa promoção tem de ser feita com bastante antecedência, projectando na Europa e nos EUA uma Regata que vai acontecer daqui a 1 ou 2 anos.

É importante ter presente que nós temos na comunidade americana um conjunto de pessoas que fazem regatas internacionais e que podem, muito bem e com o devido tempo, se organizar e virem em cruzeiro até ao Faial, integrando aqui a “Atlantis Cup”. Aliás, esse é um desafio feito ao longo de muitos anos para que seja organizada e realizada uma regata de New Bedford para a Horta, recriando a Rota da Baleação Açoriana. Espero que os meus queridos amigos João Carlos Pinheiro e Vítor Pinheiro aceitem um dia este desafio com o objectivo de essa regata poder integrar a “Atlantis Cup” e, aí, provavelmente teremos de mudar o modelo, o que é perfeitamente viável. Acho mesmo que esse é o mérito desta Regata, ou seja, o facto de não ter um modelo único nem ser apenas uma regata competitiva. É competitiva para aqueles que quiserem mas tem uma abrangência mais ampla para quem preferir conviver, conhecer e estar. E não deixa de ser um grande momento para aqueles que todos os anos participam.

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“Realizar a Regata [“Atlantis Cup”] permite que a pessoa possa estar, participar, conhecer os nossos locais e os açorianos de maneira diferente, porque há os convívios, os passeios, etc”

Nunca integrei qualquer tripulação mas participei nos eventos sociais que acontecem nas várias ilhas e notei que as pessoas que fazem a “Atlantis Cup” naqueles dias têm uma maneira diferente de estar. É um reencontro anual e, portanto, já faz parte do ritual.

O facto de se juntarem pessoas de várias nacionalidades, do Continente português, da Madeira, de Macau, entre outras, traz mais-valias até na divulgação da própria Regata, pois esses barcos levam uma mensagem das nossas ilhas. Neste contexto, há que fazer um grande esforço para que ela se internacionalize cada vez mais.

O CNH leva o nome dos Açores muito longe! Não se trata de uma simples prova que se realiza numa ilha. O Clube tem uma continuidade de provas que se desenrolam ao longo do ano com uma diversidade de públicos, com participações nos EUA, em França ou Espanha, o que permite fazer um promoção dos Açores de forma diferente.

Não se pode ver o Clube Naval da Horta apenas como mais um clube. É um Clube diferente! Único nos Açores.  

Sinto uma grande vitalidade no CNH hoje em dia, o que é de louvar. Fala-se do Clube Naval fora desta instituição e esta “casa” está presente no quotidiano do faialense.

O CNH tem um grande prestígio internacional e a confiança que este Clube tem merecido para organizar, em parceria, algumas regatas, é sintomático disso.

- Gabinete de Imprensa do CNH: Foi muito importante o desafio lançado pela actual Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, Ana Luísa Luís, no sentido de a “Regata da Autonomia” ir a todas as ilhas.

- João Pedro Garcia: Acho que este desafio serviu, sobretudo, para dar a conhecer a própria Regata, levando não só pessoas que nunca tinha estado nas Flores, no Corvo, na Graciosa, em São Jorge e no Pico mas, também, envolvendo os Municípios e as populações de cada uma destas comunidades na recepção a esta Regata, o que foi inédito. Este périplo pelas 9 ilhas ao longo de vários anos, foi fundamental para os açorianos conhecerem a “Atlantis Cup” e perceberem o que representa a presença de uma frota destas numa ilha; a importância que tem, quer para as pessoas que participam, quer para os locais. Os ‘feedback’s’ que recebi foram muito interessantes. Nós temos uma grande Regata aqui. E essa grande Regata levou pessoas que foram conhecer novas ilhas. Alcançado esse desiderato, em 2019 a “Atlantis Cup” voltou à sua forma original. Mas sustento que no futuro pode regressar a este figurino de tocar em todas as ilhas. Não sei se quem concebeu esta Regata pensou que, passados tantos anos, ela tivesse essa função aglutinadora e de promoção. Além disso, é a única modalidade desportiva que leva o lazer, a natureza, a competição e um gosto enorme de receber. Sente-se nas pessoas o gosto de receber. Foi uma iniciativa muito boa!

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O desafio lançado pela Presidente da Assembleia Legislativa, Ana Luísa Luís, permitiu que a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” se desse a conhecer aos açorianos das 9 ilhas” 

Fotografia: ALRAA

“O Clube só pode assumir encargos dentro da sua disponibilidade financeira”

- Gabinete de Imprensa do CNH: É defensor de um gestor para o Clube?

- João Pedro Garcia: Na minha perspectiva, não há capacidade financeira para um gestor contratado. O Clube só pode assumir encargos dentro da sua disponibilidade financeira e não no âmbito da subsídio-dependência para conjugar a sua actividade. Não se pode entrar em euforismos e ter toda a gente paga. É fundamental haver um corpo técnico de qualidade e acho que isso tem sido conseguido com o objectivo de haver Escolas de Formação e resultados na Vela Ligeira, na Natação, na Canoagem, etc. Há modelos que têm de ser mudados. Penso que quem pratica Natação paga uma taxa, o que já era uma realidade no meu tempo de presidência, mas é preciso estender isso a outras modalidades. Quando se tem receitas próprias, é possível ter gente contratada.

Se olharmos para os exemplos que grassam por aí, todos os clubes que enveredaram por esse caminho e não dispunham de receitas próprias, hoje vivem situações bem complicadas. O Clube Naval deverá ser, dentro dos clubes faialenses, o que tem maior saúde financeira.

Acima de tudo, temos de garantir o futuro do CNH. Portanto, se o gestor for uma mais-valia capaz de gerar receitas acho bem, mas se representar apenas um encargo, não é viável.

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João Pedro Garcia: “O actual Presidente tem-se empenhado para colocar o CNH no nível em que se encontra”

- Gabinete de Imprensa do CNH: Não é fácil encontrar um Presidente com a disponibilidade do actual, que já se encontra em funções há muitos anos de forma consecutiva.

- João Pedro Garcia: O actual Presidente tem uma disponibilidade muito grande para o Clube e no decorrer dos diversos mandatos tem demonstrado essa disponibilidade e empenhamento no sentido de colocar o CNH no nível em que se encontra actualmente.

Ao longo destes anos, o Clube tem vivido do Voluntariado e por aí tem contornado muitos obstáculos. Basta dizer que em muitas das promoções que foram feitas houve bons dirigentes a suportar os custos que as mesmas implicaram.

Os ciclos são feitos pela continuidade e pelos degraus que cada um consegue subir. E o Clube tem vindo sempre a subir. Desde a sua fundação até agora, foram muitos os que colaboraram, como Presidentes ou Directores, e todos eles souberam subir um degrau para que outros pudessem desenvolver mais actividades. Uns com mais dificuldades outros com menos, uns com mais sorte do que outros, mas tem havido uma cooperação e isso é um sinal importante, porque há uma boa relação entre todos os Presidentes e Direcções, bem como entre as pessoas que frequentam o Clube. Olhamos para todos eles como pessoas que fizeram Voluntariado no Clube e há uma boa relação pessoal. Também nessa área, o CNH é o único que se mantém com uma determinada estabilidade.

“Os Botes Baleeiros trouxeram uma abrangência diferente ao Clube”

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“A coordenação desta Secção não pode fugir nunca do Clube”

Fotografia: Arquivo CNH

Voltando ao Presidente, embora o sr. José Decq Mota tenha feito vários mandatos – é mesmo a pessoa que mais vezes assumiu este cargo no Clube – tem havido sempre a renovação de elementos nos seus elencos directivos. Quem sabe se uma dessas pessoas possa vir a ser Presidente! Actualmente vejo muita gente a andar de Bote Baleeiro que já fez parte de direcções do CNH. Alguns poderão ser uma opção. O Clube tem gente nova e a Secção de Botes Baleeiros também, sobretudo ao nível das mulheres, o que é muito interessante, pois, quando fui Presidente, dizia-se que era um penar para encontrar uma mulher para remar. E hoje vê-se um entusiasmo muito grande!

Em relação aos Botes Baleeiros, defendo que a coordenação desta Secção não pode fugir nunca do Clube, no sentido de toda a gente estar agregada a esta instituição náutica. O CNH é fundamental para que os Botes Baleeiros tenham continuidade no futuro.

Recordo que o último Bote a ser recuperado foi em 2008/2009. Foi há 10 anos e ao longo deste tempo tem-se visto sempre uma vivacidade contagiante e gente nova, com grande dinamismo nas provas realizadas localmente e fora do Faial. Naturalmente que essa vitalidade é algo que me satisfaz particularmente tendo em conta que estive envolvido neste projecto desde o princípio. Houve sempre quem duvidasse deste projecto, dizendo que não ia dar certo. Mas a verdade é que deu e trouxe uma abrangência diferente ao Clube Naval da Horta.

“O Clube é um conjunto imenso de modalidades que se complementam”

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Fotografia cedida por: João  Pedro Garcia 

Há uma complementariedade entre as várias Secções. Vejo gente a andar na popa de um Bote que nunca tinha feito Vela e depois deparo-me com essas pessoas na “Atlantis Cup”. E vejo os filhos deles na Vela Ligeira. Os Botes Baleeiros ao entrarem no Clube criaram uma vitalidade em todas as modalidades. As freguesias com tradição baleeira sentem-se ligadas ao Clube. Tanta gente que anda nos Botes e na Vela de Cruzeiro. O Clube dispõe de um conjunto imenso de modalidades que se complementam.

Quem anda hoje nos Botes, não faz ideia do que se teve de trabalhar para impulsionar essa Secção mas o que importa é que estas embarcações históricas e emblemáticas não ficaram a apodrecer em cima da rampa.

Distingo, igualmente, o cuidado extremo que sempre houve com a lancha baleeira “Walkiria” e neste sector tenho de destacar o Vítor Mota, que veio para o Clube comigo nessa altura, porque era e é uma jóia de pessoa. É o único desse tempo que se mantém desde sempre nos Botes Baleeiros. Começou comigo na Junta de Freguesia do Capelo e também foi à América aquando da I Regata Internacional.

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“Distingo, igualmente, o cuidado extremo que sempre houve com a lancha baleeira “Walkiria” e neste sector tenho de destacar o Vítor Mota”

Fotografia: Arquivo CNH

“A Vela deve fazer parte da matriz curricular desde a 1ª Classe”

Desde há muitos anos que o CNH tem vindo a desenvolver um projecto ao nível da Vela Ligeira, cujos resultados têm sido bons.

Em parceria com a Ludoteca “O Vulcãozinho”, do Capelo, no passado tivemos um Optimist que ia a todas as Escolas da ilha – projecto que não se perdeu, porque teve continuidade através de outros – e desenvolvemos intercâmbios com as Escolas Preparatória e Secundária mas é preciso fazer mais e correr atrás da sensibilização de outra maneira. No entanto, também é preciso espaços, capacidade  e recursos para poder fazer este tipo de trabalho.

A meu ver, os miúdos têm é de aprender na escola e a Vela deve fazer parte da matriz curricular desde a 1ª classe. Quando queremos ter uma Cidade-Mar, temos de criar condições ao nível do porto, das instalações do Clube, das escolas, para todos poderem abrir o seu espírito ao mar. Tem de se fazer um ciclo de 12 anos com Vela no sentido de se apostar na modalidade. Basta ver o exemplo de Sables d’Olonne, com quem o CNH tem uma relação antiga. E como este, há exemplos por toda a Europa. Só assim teremos uma verdadeira cidade do mar e as pessoas vão olhar para o mar percebendo aquilo que estão a ver.

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“Quando queremos ter uma Cidade-Mar, [...] temos de abrir o espírito ao mar”

“A Câmara deveria ter um gabinete destinado à sensibilização para o mar”

Aproveitando todo este movimento que o Clube tem agora, precisamos de dar o salto qualitativo neste objectivo. É imperioso encontrar parcerias e replicar o exemplo da cidade francesa de Sables d’Olonne, arrancando com um trabalho de fundo que irá ter resultados a médio e longo prazo. Neste sentido, a Câmara Municipal da Horta desempenha um papel fundamental. Entendo que a Autarquia deveria mesmo ter um gabinete destinado à sensibilização para o mar e analisar esta situação com o CNH visando encontrar parcerias para incrementar a Vela nas Escolas. Já quando fui Presidente do Clube Naval tinha este desiderato. Acho que, mais do que uma Comissão dos Assuntos do Mar, a Câmara deverá ter uma Comissão para sensibilizar os locais para o mar. E isso começa com a Vela nas Escolas. Se queremos ser a Cidade-Mar, temos de nos abrir ao mar, deixando de ser só meia dúzia a perceber de mar. Temos de criar uma verdadeira cultura de mar. Este trabalho pode ser feito no CNH ao nível de todas as modalidades. Nenhum dos sectores ligados ao mar pode ficar para trás. A Câmara tem aqui um papel fundamental, porque é o elemento agregador no sentido de juntar as pessoas e de falar sobre estas questões, deixando a vocação da organização das regatas para o CNH.

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Junho de 2008: João Pedro Garcia na Apresentação do Campeonato de Atuns, no Salão/Bar do CNH 

Fotografia: Arquivo CNH 

- Gabinete de Imprensa do CNH: Pensar na liderança de um Clube com esta envergadura assusta!

- João Pedro Garcia: Tendo as pedras certas nos sítios certos, não. Mas para isso é preciso conhecer as pessoas. Eu tive o cuidado de escolher pessoas que já conheciam muito bem o Clube, como é o caso do Carlos Fontes, da Albertina Medeiros, do Jorge Macedo, do Nuno Lima, que me ajudaram imenso nessa caminhada. O António Costa foi um Tesoureiro excelente; a Susana Martins reaproximou o Mergulho e deu-lhe um novo impulso, conjuntamente com o Paulo Nóbrega e a Simone Martins; a Juliana Nóbrega, uma colega e uma amiga de Direcção, constitui um exemplo para o Clube, que sempre se empenhou na Pesca Desportiva, onde teve também o apoio de várias pessoas, sobretudo na dinâmica criada na Pesca de Mar; o Francisco Garcia na Canoagem, onde fez escola nesta modalidade; o Hugo Pacheco, que veio a ser mais tarde Presidente e que esteve com uma das secções mais importantes do Clube: a Vela Ligeira; o Lúcio Rodrigues, grande impulsinaor da Natação na ilha do Faial e que conosco fez as primeiras Férias Náuticas para crianças e jovens, um projecto inovador e que me deu muito gosto em participar. Tudo pessoas que ainda hoje recordo com grande gratidão pelo que fizeram. O facto de eu ter aceite sido Presidente teve muito a ver com estas pessoas, que tinham grande conhecimento, algumas das quais já trabalharam posteriormente em diferentes Direcções.

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“A concretização da recuperação do Património Baleeiro, que era inexistente, foi um marco! Só tínhamos o Bote “Claudina”

Fotografia: Arquivo CNH

- Gabinete de Imprensa do CNH: Mas para quem não tem esse traquejo é difícil...

- João Pedro Garcia: É um clube complicado de gerir, porque existem muitas sensibilidades e muitas modalidades. Tem de haver alguém com sensibilidade para conseguir coordenar todas as Secções, compreendendo cada uma das pessoas nas diferentes situações. Exactamente por isso, não é fácil fazer esse trabalho e o actual Presidente tem conseguido isso desde há muitos anos. Mas existe gente nova com essa capacidade que ainda não experimentou este cargo. Conheço várias pessoas que giram à volta do Clube, que são novas e que já têm experiência suficiente para assumir um cargo destes.

Ir para a liderança do CNH é sinónimo de ter grande disponibilidade ou disponibilidade total, conhecimento, experiência e uma boa relação com as várias entidades. Tem de ser alguém com capacidade para criar pontes e diálogos para todos os lados, pois o CNH não sobrevive sem as suas parcerias e os interesses externos não podem sobrepôr-se aos desta instituição.

Dito isto, claro que não vai ser fácil encontrar alguém para Presidente com essa disponibilidade. Mas o Clube não pode voltar para trás. Tem de continuar a desenvolver-se e a manter o seu lugar. Reconheço que é um barco que assusta e o dinheiro faz falta. Porém, a equipa é que faz a Direcção. Pessoalmente, gosto de trabalhar em equipa e dei-me bem com esse modelo durante os 4 anos que estive na presidência do Clube. Sem dúvida que é um cargo que obriga a um sacrifício pessoal muito grande. Tive a sorte de ter uma excelente equipa, que se complementou com os funcionários da “casa”, com vasta experiência, designadamente a Orlanda, a Rosa e o Armando, que nos ajudaram e ensinaram muito. Sem uma equipa, não haverá nenhum presidente que consiga levar este barco a bom porto.

Obviamente que tive momentos bastante difíceis, em que me apeteceu desistir mas faz parte do percurso e do cargo.

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Regata de Botes Baleeiros - Casa de Pessoal da RTP/2005

Fotografia cedida por: João  Pedro Garcia

“De uma maneira geral, só tenho gratas recordações da minha passagem pelo CNH”

- Gabinete de Imprensa do CNH: O que recorda com mais saudade desses 4 anos?

- João Pedro Garcia: A concretização da recuperação do Património Baleeiro, que era inexistente. Só tínhamos o bote “Claudina”.

A recuperação da “Walkiria” foi outro, muitíssimo importante! Um dos momentos que mais me marca significativamente foi quando a “Walkiria” entrou no porto da Horta e não tenho dúvidas que marcou muitas pessoas. Para mim, esse projecto foi um marco e não posso deixar de enaltecer o Nuno Lima e o Mestre Manuel Monteiro pela dedicação e empenho postos neste este projeto. É uma embarcação simbólica mas estávamos muito atrasados em relação à ilha do Pico no que toca à recuperação do nosso Património. Considero que a “Walkiria” deu um impulso enorme às nossas actividades, pois esta lancha não dá apoio somente à Secção de Botes Baleeiros. E essa recuperação deve-se ao apoio da Câmara Municipal da Horta.

Recordo a “Atlantis Cup”, a abertura da Semana do Mar, bem como o último dia do Festival Náutico, que era sempre um momento muito saboroso, porque, ao contrário do que as pessoas dizem, a Semana do Mar não tem de correr bem ao nível das regatas, se se fazem ou não, mas, sim, ao nível da segurança. É grande a responsabilidade de um Presidente ou de um Dirigente de um clube quando põe tanta gente no mar num evento destes. Assim sendo, vê-los regressar todos a terra, no fim dessa Semana, era uma sensação muito saborosa! A segurança era e é uma preocupação constante em todas as actividades. Daí, termos um grande corpo de Voluntários que dava apoio e felizmente nunca tivemos acidentes nos meus mandatos.

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“Dava gosto ver o número [...] de adultos que participava nas regatas dos Botes Baleeiros”

Fotografia: Arquivo CNH

O I Encontro Internacional de Vela Ligeira, em que tivemos mais de 130 miúdos de Espanha e de vários outros países, representou um passo de gigante, pois era muita gente e uma organização diferente. E tivemos depois um II e um III e por aí fora dentro do conjunto de actividades muito diversificado.

Dava gosto ver o número de miúdos que havia a praticar desporto e de adultos a participar nas regatas dos Botes Baleeiros e Vela. Tudo era novidade, porque estávamos a criar coisas novas. E acho que isso foi muito bom, pois todas as Secções tinham o seu Campeonato: Vela de Cruzeiro, Vela Ligeira, tendo sido instituídos os primeiros Campeonatos de Ilha, o I Campeonato Regional de Botes Baleeiros, entre outros. Tivemos uma boa relação com o Pico na Secção dos Botes, o que também foi importante.

Guardo muitos momentos engraçados desse tempo e considero que ter passado pelo Clube Naval da Horta é algo que cria em nós um espírito muito interessante de ligação ao Faial e aos Açores. De uma maneira geral, só tenho gratas recordaçaões das pessoas com quem convivi.

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Regata do Canal da Semana do Mar/2005

Fotografia cedida por: João  Pedro Garcia

A minha grande satisfação foi ter encontrado, na maior parte dos elementos com quem trabalhei nos meus elencos directivos, pessoas com grande espírito de Voluntariado e que deram muito de si. Regra geral, o Presidente é que é reconhecido mas isso é falso, já que quem está nas Secções é que tem ideias e muitas vezes até tem dissabores com o próprio Presidente. Naqueles 4 anos, houve uma boa dinâmica e isso, condimentado por uma boa gestão financeira, deu grandes resultados. Deixámos um Clube sólido e acho que assim continua. Obviamente que as Direcções que me antecederam contribuiram para isso. No cômputo geral, tudo se conjugou para que fôssemos mais interventivos nalgumas coisas e isso foi frutuoso. Demos um impulso diferente à Semana do Mar, o que até era uma ambição das outras ilhas, para que houvesse um Encontro Internacional de Vela Ligeira e isso foi conseguido. Houve aqui muitos intercâmbios com Clubes do Continente, da Madeira, de Les Sables, de Vigo, de Ceuta, o que foi muito, muito positivo.

Organizar o Campeonato Nacional de Fotografia Subaquática, os primeiros Encontros de Fotografia Subaquática, no âmbito do Projeto “Uma Erupção de Cultura”, bem como os vários eventos ligados à Apneia, onde foram alcançados vários recordes nacionais e internacionais; a organização de várias provas regionais e nacionais de Pesca Desportiva e depois todos os intercâmbios que foram sendo criados com várias entidades externas a quem o Clube dava apoio – pois o Clube tem essa centralidade – foi marcante e muito gratificante.

Foi também nessa altura que tive o grato prazer de estar a bordo com os Reis de Espanha, em visita ao Faial, o que para mim é uma grata recordação, embora sem direito a tirar uma fotografia. Tive o especial gosto de acompanhá-los numa viagem até ao Pico, com o Presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio, onde foi feita uma demonstração dos nossos Botes Baleeiros.

Houve muitos aspectos interessantes durante a minha passagem pelo Clube Naval da Horta. Até mesmo as discussões com os Directores. Nunca houve imposições. Éramos uma equipa e essa equipa funcionava. E o que tem mérito é que as Direcções seguintes continuaram com o projecto de fazer crescer este grandioso Clube.

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Fotografia cedida por: João  Pedro Garcia

Composição da Direcção do 1º mandato de João Garcia:

- Presidente: João Pedro Garcia

- Vice-Presidente: Carlos Fontes

- Vice-Presidente: Nuno Lima

- 1º Secretário: João Menezes da Rosa

- 2º Secretário: Rogério Ferraz

- Tesoureira: Albertina Medeiros Silveira

- Vogal: Susana Martins

- Vogal: Mário Jorge Silva

- Vogal: Luís Costa

Composição da Direcção do 2º mandato de João Garcia:

- Presidente: João Pedro Garcia

- Vice-Presidente: Carlos Fontes

- Vice-Presidente: Jorge Macedo

- Tesoureiro: António Costa

- 1ª Secretária: Susana Martins

- 2º Secretário: Hugo Pacheco

- Vogal: Juliana Nóbrega

- Vogal: Vítor Alvernaz

- Vogal: Rolando Marques

- Vogal: Paulo Renato Silva

- Vogal: Vitor Mota

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