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Festival Náutico 2017 - Entrevista a Frederico Rato: “Há uma inter-ajuda entre o Clube Naval da Horta e o de Portimão”
“Esta foi a primeira vez que os atletas de Portimão fizeram regatas com os velejadores da Classe Hansa e ficaram com admiração por eles”
Frederico Rato é Treinador de Vela do Clube Naval de Portimão há 10 anos, tendo começado a praticar a modalidade aos 7 anos de idade. Esta é a 6ª vez que se encontra no Faial, ilha onde se sente bem e descontraído. A comitiva de Portimão, composta por 8 velejadores (4 masculinos e 4 femininos) veio no dia 6 e regressa a casa no dia 10. A segurança e a simpatia locais, fazem com que se sintam completamente à vontade e queiram voltar sempre, mas se possível já em 2018.
O Gabinete de Imprensa conversou com este Técnico, que traçou uma panorâmica sobre a Vela que se pratica no Faial e a relação com o Clube Naval da Horta, o único dos Açores que convida o de Portimão para as suas provas.
Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH): Por que razão, o Clube Naval de Portimão gosta tanto de vir ao Faial, a convite do CNH?
Frederico Rato: Vimos sempre que nos é possível e posso garantir que é uma alegria, porque é uma maneira completamente diferente de estar. O ambiente é descontraído e os atletas não estão a disputar um campeonato de apuramento, apesar de quererem competir e ganhar.
Já viajei pelo Brasil, Malásia e outros países e o Faial é um sítio único, com pessoas únicas e muita segurança.
Desde que falei com um PSP daqui e ele me disse que o grupo podia estar tranquilo, passei a ter um à vontade enorme sempre que venho cá com eles. Fomos à praia de Porto Pim, visitámos o Pico, as piscinas naturais, as grutas. A viagem ao Pico não foi desta vez, mas anteriormente, porque costumamos ter um dia livre para as nossas visitas, o que não foi possível agora. Há-de ser para a próxima vez.
Gabinete de Imprensa do CNH: Isso significa que já estão a pensar em voltar?
Frederico Rato: Eu gostava de voltar no próximo ano e os miúdos também já me pediram isso. Vamos falar com os de Viana do Castelo para trazer os Laser. Eles têm mais facilidade em termos de transporte de contentores.
“Só viemos, porque o CNH nos cedeu as embarcações”
Gabinete de Imprensa do CNH: Há uma boa relação com o Clube Naval da Horta?
Frederico Rato: Temos uma relação de inter-ajuda com o CNH desde há 6/7 anos. Viemos com 8 atletas: 4 femininos e 4 masculinos, mas porque o Clube de cá nos cedeu embarcações. Caso contrário teria sido impossível, pois para nós, do Sul, os custos relacionados com transporte de contentor são elevadíssimos!
Apenas trouxemos material para equipar os barcos. E posso dizer que os meus velejadores se dedicam mesmo, pois embora não estejam habituados, o facto é que estiveram a esfregar e a lavar os barcos que o CNH nos empresta. Como forma de agradecimento, vamos deixar todo o material que trouxemos.
Já conhecemos o Clube e o Duarte Araújo, somos sempre recebidos com carinho e há uma inter-ajuda entre o CNH e o Clube Naval de Portimão.
Gabinete de Imprensa do CNH: Fazer regatas aqui não é o mesmo que em Portimão?
Frederico Rato: Gostamos muito de ondas e este mar vem de encontro ao nosso estilo. Mas claro que é exigente velejar aqui e o mar do Faial trouxe algumas contrariedades aos atletas, sobretudo aos mais novos, que sentiram dificuldade em ajustar-se a este mar. À saída da barra levámos com o sueste, o que provocou algumas desistências. Também sentimos dificuldades pelo facto de o material não ser tão bom quanto o nosso e, naturalmente que eles querem ganhar.
“No Clube Naval da Horta, estamos a lidar com gente que sabe fazer as coisas”
Gabinete de Imprensa do CNH: Também dá para aprender?
Frederico Rato: Eles aprendem sem pressão e de forma divertida. E depois das provas podemos ir à praia, passar um bom tempo, ir à festa, aos concertos. Não têm aquela pressão para ir dormir tão cedo. É claro que por tudo isto, estão desejosos por voltar ao Faial.
Gabinete de Imprensa do CNH: Aqui, a competição é mais escassa...
Frederico Rato: A situação é um pouco mais injusta para quem está nas ilhas. O nível é um pouco inferior e as referências também. Mas este tipo de prova é fundamental para que os atletas se conheçam e possam ter uma experiência quase internacional. Se não fosse iniciativas como esta, as provas de Vilamoura, de Viana do Castelo e outras para que foram selecionados, como o Campeonato Nacional, eles não se conheciam. Falamos, interagimos e conhecemo-nos, o que é fundamental.
Gabinete de Imprensa do CNH: Qual a sua opinião sobre a Organização?
Frederico Rato: No CNH estão muito bem organizados. Nota-se que estão bem alinhados e que sabem dos procedimentos de largada. Estamos a lidar com gente que sabe fazer as coisas. Os percursos estão bem montados e há uma atenção permanente. A nível nacional, há provas em que os organizadores deveriam estar mais bem preparados.
Gabinete de Imprensa do CNH: Qual o feedback dos velejadores de Portimão?
Frederico Rato: Esta foi a primeira vez que fizeram regatas com os velejadores da Classe Hansa e constituiu uma excelente oportunidade para verem o esforço que eles fazem e para se aperceberem de que são uma referência. Foi muito bom os miúdos poderem navegar lado a lado com os colegas da Classe Hansa e reparei que estavam muito observadores. Fizeram-me algumas perguntas a propósito. Ficaram com admiração por eles e viram que eles se esforçaram e enfrentaram o mar.
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