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Sob o lema da Inclusão: APADIF proporciona Baptismo de Mergulho na Piscina Municipal

Mergulhadores, Técnicos e Presidente da APADIF, Directora da Piscina Municipal da Horta e protagonistas do Baptismo de Mergulho mostraram que o caminho é seguir com todos

Sensibilizar para a Inclusão é o grande lema da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (APADIF), que no dia 10 de Novembro último assinalou 25 Anos de lutas e conquistas em prol daqueles que, sendo diferentes, devem ser tratados como iguais.

Nesse contexto e para vincar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência – 3 de Dezembro – a APADIF organizou e promoveu uma actividade designada Baptismo de Mergulho, que teve como palco a Piscina Municipal da Horta e que decorreu na manhã de segunda-feira, dia 3.

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Cidália Pinheiro, acompanhada pelo Instrutor de Mergulho, João Ferraria, expressou a sua alegria por ter testado esta novidade

No âmbito da parceria existente entre o Clube Naval da Horta e a APADIF – instituições que implementaram, conjuntamente, o Projecto “Vela Para Todos - Faial Sem Limites”, instituído protocolarmente a 29 de Dezembro de 2011, visando “a inclusão de todos na prática da Vela, destruindo barreiras e preconceitos que ainda possam existir, dando o seu contributo para a construção de uma sociedade mais justa e aberta à diferença” – o Gabinete de Imprensa do CNH acompanhou este Baptismo.

Protagonistas desta verdadeira aventura foram Rui Dowling – Velejador da Classe Hansa (Vela Adaptada do CNH), Campeão Nacional da Classe em 2016, tendo sido homenageado pela Câmara Municipal da Horta em 2017, no Dia da Cidade – Cidália Pinheiro; Luís Amaral e Camila Xavier, utentes do Moviment’Arte, da APADIF; e Roberto Faria, funcionário da APADIF.

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Luís Amaral foi um dos que mais se divertiu durante toda a manhã desta segunda-feira

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Camila Xavier demonstrou à vontade

João Ferraria domina a situação e emana tranquilidade. Dá atenção a todos e sente-se feliz por fazer os outros felizes. É um homem de causas e acredita que partilhar, ajudar, compreender o outro é algo natural.

É sem dúvida dentro desta sua maneira de ser – inclusiva e amiga – que se explica o facto ter oferecido a Roberto Faria o Curso de Mergulho – o qual não cabe em si de contente, desejando que as aulas comecem o mais depressa possível – ou de elogiar a coragem de Rui Dowling, o “nosso” Campeão de Vela, por enfentrar o mar num barco. “Um dia hei-de meter-me num barco de Vela”, diz, a sorrir, sob o olhar do Atleta do Clube Naval da Horta, que não se importa de, nessa matéria, partilhar o que já aprendeu com o seu Treinador, João Duarte. E de Instrutor de Mergulho, credenciado e experiente, João Ferraria passará à condição de formando na arte de velejar.

João Ferraria: “Trabalhar com estas pessoas é uma maneira de quebrar barreiras”

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“Tenho um respeito muito grande pela APADIF e sei a importância de pequenas actividades como esta”

Sou Instrutor de Mergulho para Pessoas com Deficiência. Sendo do Continente, vivo no Faial há 8 anos. Trabalhei com a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM), em Setúbal.

Sou Instrutor de Pessoas com Deficiência desde 2012, tendo trabalhado com este público entre 2002 e 2010.

Trabalhar com estas pessoas é uma maneira de quebrar barreiras e de adapatar o mergulho – que geralmente é sempre para outro público, turistas, etc – a pessoas com necessidades especiais, que ao fim e ao cabo é a mesma coisa, mas com ligeiras adaptações. Cada tipo de deficiência tem uma maneira de ver o mergulho. Basicamente, o que pretendo é fazer chegar o mergulho a todos os campos.

É fácil trabalhar com eles. Os exercícios ou a actividade proposta depende de cada pessoa e vai de encontro às suas necessidades e não àquilo que geralmente a organização pretende, e que pode ser a meta dos 12 metros, 18, 20, 40. Há pessoas que ficam felicíssimas só de vestir o equipamento e de estarem com aquela coisa toda à volta; há outros que fazem a 30 centímetros da superficie e saem tão contentes como um que tenha feito a 30 ou a 40 metros de profundidade; há ainda outros que é só ligeiras adaptações, como no caso das amputações ou alguns graus de paraplégicos. Basta umas luvas com membrana ou umas adaptações no equipamento e conseguem fazer o  mergulho perfeitamente normal. O que é proposto para eles é exactamente o que é proposto para os mergulhadores convencionais.

No caso de outras pessoas, temos uma mangueira mais longa porque não podem ter peso sob o corpo. Faz-se, portanto, com exercícios e técnicas de respiração para descer e subir um metro ou um metro e meio e já é uma vitória grande.

Eles sentem-se felizes e realizados e em estado de igualdade, que é o que pretendemos.

O que interessa a este público é experimentar, sentir a água. Ficam sempre com a sensação de dever cumprido e é isso que propomos, sem stresses, sem pressões, cada um só faz o que quer.

O mergulho ajuda-os a nível físico e psicológico. A pessoa sente-se bem. A água é um meio libertador. Portanto, daqui só vêm boas sensações.

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João Esteves, Roberto Faria e João Ferraria, unidos pelo Mergulho 

O João Esteves é do Faial e é meu Assistente. Está a fazer formação na área do Mergulho. Eu estou a trabalhar no Centro de Mergulho e acho que faz todo o sentido estar também dedicado à parte social na Região.

Eu sempre fiz isto enquanto estive no Continente e depois quando cheguei ao Faial entre trabalho e outros afazeres fui sempre arranjando maneira de ir implementando este projecto.  

Tenho um respeito muito grande pela APADIF e sei a importância de pequenas actividades como esta. Só uma hora, duas, três para um universo destes, faz toda a diferença.

Considero que a actividade de hoje correu bem. Estou satisfeito. Todos eles tiveram uma evolução boa. Estavam confiantes, demonstrando à vontade com o equipamento e com a água. Sem dúvida que a experiência é para repetir. A ideia é ir fazendo com todos. Sinto uma satisfação triplicada!

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Rui Dowling garante que isto foi só o início de um percurso mais longo

Temos de ter certos cuidados, incutir alguns princípios e depois é só segui-los. Vai havendo progressos a cada aula, a cada hora. O que é preciso é incutir o gosto pela actividade, porque toda a gente tem apetência pelo mar, pelo meio aquático em si. Depois é só mesmo dar a confiança de que as pessoas precisam. Mas isso é com todos: qualquer pessoa precisa de confiança na água.

Debaixo da água sentimos liberdade, não há gravidade, não há peso.

“O Voluntariado sempre fez parte de mim”

Tenho um irmão que sofreu um gave acidente quando era pequeno. E recordo-me que meu pai pôs-me com equipamento de apneia quando eu tinha 5 anos e fui naturalmente desenvolvendo o gosto.

Quando estava em Sesimbra, Setubal, fazia habitualmente actividades destas. Na altura, o Mergulho ainda estava a dar os primeiros passinhos, tal como nós o conhecemos agora a nível recreativo, com as orgnaizações a surgirem com programas de mergulho.

O Voluntariado sempre fez parte de mim, o que acontece desde os meus 20 anos.  No mergulho com garrafa estou há 20 anos, completos este ano. Sou profisisonal de mergulho há 19 anos.

No Faial, de ano para ano tenho estado a fazer cursos cada vez mais com locais e menos com pessoas de fora.

Vou oferecer o Curso ao Roberto, porque manifestou vontade e porque acho que é o correcto”.

Rui Dowling: “Agradeço o facto de me terem proporcionado esta experiência magnífica!”

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“Estar em contacto com a água é bom para o nosso estado físico e psíquico”

“Gostei imenso de estar aqui na Piscina com o João Ferraria e o João Esteves. Puseram-me muito à vontade. Foram 5 estrelas e gostava de realçar isso. São pessoas impecáveis! Foi uma experiência muito boa. Foi a primeira vez que fiz mergulho com garrafa e sem dúvida que foi excelente. Talvez ainda tenha de fazer uns pequenos ajustes no bocal para o oxigénio, mas é normal, o que há-de melhorar com o tempo.

Eles souberam adapatar-se muito bem à minha situação, atendendo a que eu não consigo carregar a garrafa. O João Esteves ia ao lado com a garrafa e houve o cuidado de arranjar uma mangueira de 2 metros para eu ter mais algum espaço de manobra.

Agradeço a eles o facto de me terem proporcionado esta experiência magnífica!

O receio que eu possa ter sentido advém do facto de ser uma experiência nova, mas decorreu em ambiente controlado.

É uma sensação boa. Sinto-me relaxado! Estar  na piscina e praticar desporto é importante para a nossa saúde. Faz-nos estar estar em contacto com a água, outra realidade, o que é bom para o nosso estado físico e psíquico.

Sem dúvida que foi uma belíssima iniciativa da APADIF, instituição que está de parabéns por mais esta louvável actividade”.

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Rui Dowling enalteceu a postura de João Ferraria

Roberto Faria: “Foi espectacular e é para repetir”

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“Gosto tanto desta actividade!”

“Correu muito bem graças à ajuda do João Ferraria e do João Esteves. Sem eles não teria sido possível.

Foi espectacular e é para repetir.

Naturalmente que vou aceitar a oferta do Instrutor João Ferraria, a quem muito agradeço a oportunidade, pois gosto tanto desta actividade!

Antes, estava habituado a mergulhar para ir ao peixe e às lapas, mas não tinha garrafa. Ia lá baixo e quando começava a faltar o ar, depressa para cima.

Agora com esta coisa da garrafa, uma pessoa pode ficar lá em baixo o tempo que quiser. É tão fixe!”

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Roberto Faria atribui o sucesso do seu mergulho baptismal com garrafa a João Esteves e a João Ferraria

Joana Leonardo: “O mergulho adaptado com garrafa é um projecto super-interessante”

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Joana Leonardo, Directora da Piscina Municipal da Horta: “A APADIF é uma instituição muito participativa e cooperante”

“Ter actividades diferentes na Piscina Municipal da Horta é sempre um prazer e um complemento àquilo que se pretende enquanto instalação desportiva completa e dinâmica.

O mergulho adaptado com garrafa é um projecto super-interessante, em que conseguimos ter os utentes interessados e empenhados numa actividade que não é muito comum nestas populações especiais, mas para nós é muito gratificante porque com o seu entusiasmo dão uma alegria extra à nossa Piscina.

Um bem-haja ao João Ferraria em conjunto com a UrbHorta por termos conseguido traçar este projecto com a APADIF, uma instituição muito participativa e cooperante. Entendo que foi um êxito e todos estão satisfeitos. E é isso que pretendemos: encher a nossa Piscina com qualidade e sempre com pessoas satisfeitas e activas”.

José Fialho: “É uma inovação e mais uma forma de inclusão”

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Nilzo Fialho, Terapeuta; José Fialho, Presidente da APADIF, e João Duarte, Técnico da APADIF e Treinador de Vela (Classe Hansa) do CNH: uma equipa unida a favor da inclusão

“Penso que esta é uma iniciativa engraçada, que vai ter futuro. É mais uma inovação e uma prova daquilo que temos vindo a falar a propósito de inclusão. Esta é também uma forma de incluir, uma iniciativa a que queremos dar continuidade em 2019, para que outros também possam usufruir desta oportunidade”.

Mais momentos desta actividade podem ser vistos na Galeria de Fotos.

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