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“Conhecer os Nossos Atletas” - Vasco Alexandrino: “A Natação é mesmo para continuar, ainda que custe muito”
Aos 11 anos de idade, Vasco Alexandrino já tem o seu nome gravado na Vela e na Natação do Clube Naval da Horta (CNH), não pondo de parte a hipótese de vir a experimentar Canoagem.
Este atleta tinha apenas 4 anos quando começou a nadar, na Piscina Municipal, na companhia do pai. Depois, abraçou também a Vela Ligeira mas quando começou a levar mais sério a Natação, percebeu que não conseguia conciliar dois desportos com a Escola e então abdicou da Vela.
As “Férias Desportivas” foram outro marco no CNH, desde os 7 anos, Projecto que trouxe muitas oportunidades e iniciativas diferentes no mundo náutico e não só.
Vasco treina 5 dias por semana e confessa que gostava que no Faial houvesse mais um clube que permitisse a competição noutros moldes, contrariando a actual situação em que os atletas se vêem forçados a competir uns contra os outros, “o que não é muito bom”. “Se houvesse outros colegas haveria mais convívio e competição”, garante.
“Não gosto de perder!”
Para este nadador, o melhor nisto tudo é “participar em provas fora do Faial e conseguir ficar nos primeiros lugares”. E destaca: “É bom alcançar vitórias! Quando ganho, sinto-me feliz por conseguir mais uma conquista. Não gosto de perder! Estou aqui para ganhar e quando perco fico chateado e tento treinar mais para evoluir melhor”.
A Natação trouxe a Vasco Alexandrino mais amigos. “Antes, eu treinava com os mais pequeninos e conhecia os outros mal. Ficava sozinho e triste. Não tinha com quem conversar. Agora, o grupo é maior e melhor! Damos apoio uns aos outros e queremos que todos dêem sempre o seu melhor. Puxamos uns pelos outros e também por nós próprios, claro! Somos muito unidos como equipa. E os almoços que acontecem a seguir às provas são bons para convivermos e tirar dúvidas sobre a nossa prestação. Comentamos bastante o que fazemos e o que devemos melhorar”.
Tiago Henriques = a Treinador exigente
Vasco Alexandrino a falar do seu Treinador: “Ele diz-nos sempre que se não exigirmos de nós e não fizermos as coisas bem feitas, não chegamos a lado algum”
O Treinador – Tiago Henriques – “é exigente e isso é bom, pois, se não fosse assim, a gente não evoluía”, assegura este nadador que também já conheceu outros técnicos: Lúcio Rodrigues, Hélder Gandarez, Sílvia Mendonça e David Castro.
“Por vezes, o Tiago dá-nos uns exercícios complicados para conseguirmos evoluir, o que faz com que acabemos o treino estafados. Ele puxa por nós mas gosto dele e não gostava que deixasse a equipa.
Ele diz-nos sempre que se não exigirmos de nós e não fizermos as coisas bem feitas, não chegamos a lado algum e eu levo isto a sério senão não há resultados. E nos dias em que não apetece mesmo nada, digo para mim mesmo: “Vamos pensar positivo e isto vai correr bem. E tento fazer com que isso aconteça, pois a cabeça é que manda”.
Quanto às provas fora do Faial, este atleta refere que “se torna mais complicado pelo facto de haver mais pessoas”. E explica: “Ficamos mais nervosos e também são provas mais longas mas a verdade é que, por tudo isso, também aprendemos mais. Aproveitamos para nos divertirmos mas claro que nos focamos na prova e nos resultados”.
Vasco Alexandrino: “Quando ganho, sinto-me feliz por conseguir mais uma conquista”
“Levo a Natação a sério”
À conta destas deslocações, Vasco revela que já fez “alguns amigos na Terceira e em São Miguel”. E, a propósito do desempenho geral, afirma: “Noto que em todas as equipas há uns que se destacam mais tal como acontece no CNH. Nós, no Clube Naval da Horta, já somos bons. Mas claro que ninguém é perfeito”.
Matemática e Ciências são as disciplinas preferidas deste “bom aluno” que poderá vir a ser engenheiro informático. “Quero levar a Natação a sério mas também ter a minha profissão. A Natação é mesmo para continuar, ainda que custe muito”.
Participar nos Jogos Olímpicos, na modalidade da Natação, é a grande ambição deste atleta, que, aos 11 anos, já tem a consciência de que isso implicará “muito trabalho e sacrifícios. Falei com o David Carreira, ex-atleta Paralímpico do nosso Treinador e percebi que é preciso muito, muito esforço e dedicação. Basta dizer que ele treinava 7 horas por dia”.
O atleta do CNH tem em Michael Phelps o seu ídolo, pois ele “é muito bom”. E prossegue: “Supostamente era o melhor do mundo e vejo vídeos dele para perceber como é que faz. Mas atenção: vejo os vídeos dele mas faço é como o meu professor diz. E penso sempre: “Eu queria era ser melhor do que ele”.
Vasco Alexandrino: “Se não tivermos técnica, não nadamos bem. Gastamos muita energia a não fazer nada”
O nosso entrevistado é obstinado (o que ele traduz por teimoso) e amigo do amigo. Gosta do CNH e vinca que “é bom ter amigos e conviver com eles”.
Quanto a convencer outros a experimentarem a Natação, é uma missão que se torna mais difícil, pois “eles querem é o futebol”, desporto que Vasco também já praticou. “Eles dizem que a Natação é fácil mas querem é ficar no futebol”.
E quando se pergunta o porquê de a Natação não ser tão apelativa, responde: “É um desporto mais complicado, porque exige melhor técnica. Se não tivermos técnica, não nadamos bem. Gastamos muita energia a não fazer nada”.
Nadar é uma actividade física que provoca “muita fome” mas o nosso atleta não é “muito guloso”, tendo nas almôndegas com esparguete o seu prato favorito. “O Treinador também nos dá umas dicas alimentares, recomendando proteína e alguns chocolates para dar energia”, alerta o entrevistado de hoje da rubrica “Conhecer os Nossos Atletas”.
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