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Entrega de Prémios do “Troféu CNH 2014” em Mini-Veleiros decorreu no Salão Bar do Clube

Decorreu na tarde desta segunda-feira (dia 26), no Salão Bar do Clube Naval da Horta (CNH) a Entrega de Prémios do “Troféu CNH 2014” em Mini-Veleiros. O Troféu terminou este domingo (dia 25), tendo sido composto por 6 provas.


Participantes na Entrega de Prémios do “Troféu CNH 2014” em Mini-Veleiros

Hedi Costa sagrou-se vencedor deste Troféu, tendo José Gonçalves ficado em 2º lugar e António Pereira em 3º.




João Nunes, Responsável pela Secção de Mini-Veleiros do CNH; Hedi Costa, vencedor do Troféu; José Decq Mota, Presidente do CNH; José Gonçalves e António Pereira, 2º e 3ºclassificados, respectivamente

No decorrer do convívio foi apresentado o mini-veleiro em madeira, oferecido ao Clube Naval da Horta por Francisco Gonçalves. A propósito disso, o Presidente da Direcção do CNH, José Decq Mota, manifestou a Francisco Gonçalves o reconhecimento do Clube por esta oferta e sublinhou: “Congratulo-me com o facto de o Francisco Gonçalves ter aceitado o desafio que lhe lancei e de ter feito esta dádiva ao seu Clube”.

Refira-se que este mini-veleiro foi construído em 1976 pelo zelador da Escola de Vela da Direcção-Geral de Desportos, Francisco Cardoso, tendo sido reparado por José Gonçalves, que pertence à Secção de Mini-Veleiros do CNH.

Como tal, José Decq Mota acrescentou: “Este mini-veleiro foi oferecido ao Clube por um dos sócios mais antigos e reparado por um elemento da Secção de Mini-Veleiros, o que demonstra empenho, estando mesmo só a faltar uma sede em condições para que o mesmo possa ficar exposto”.

Pensando sempre na valorização do modelo e no “gesto nobre” de quem o ofereceu, Eduardo Pereira – elemento desta Secção – sugeriu que fosse executada uma chapa identificativa da pessoa que fez esta dádiva, a qual deveria ser colocada no mini-veleiro. A sugestão foi acolhida de forma unânime por todos os presentes.

Mini-veleiro famoso


Francisco Gonçalves pousou ao lado do seu antigo mini-veleiro

Este mini-veleiro tem uma história de vida relacionada com a de Francisco Gonçalves, se tivermos em conta que este faialense dava aulas teóricas na Escola de Vela da Direcção-Geral de Desportos, na década de 70 do século passado. Era através deste modelo que eram dadas muitas explicações aos formandos. Francisco Gonçalves era o Responsável pela Escola, que teve como colaboradores António Luís, José Fraga e João Andrade.

Paralelamente às aulas teóricas, este mini-veleiro, feito em madeira, também chegou a andar no mar, complementando, assim, a vertente prática da Escola.

O mestre Francisco Cardoso, que era carpinteiro, disse um dia a Francisco Gonçalves que ia fazer um mini-veleiro para oferecer ao filho deste, que era uma criança. Mas como o filho era pequeno, enquanto Francisco Gonçalves foi Responsável pela Escola de Vela fez sempre usou do modelo. Parado há vários anos, Francisco Gonçalves decidiu oferecê-lo ao Clube Naval da Horta, por considerar que aqui “tem mais utilidade”, com a particularidade de ter sido reparado pelo afilhado.

“Foi um Troféu bastante difícil”


Hedi Costa construiu de raiz o seu próprio mini-veleiro
Fotografias de: Cristina Silveira

O campeão do “Troféu CNH 2014” em Mini-Veleiros afirma que se tratou de uma competição “bastante difícil, uma vez que os barcos são todos muito equiparados”. Embora o modelo do vencedor seja mais leve do que todos os outros, Hedi Costa defende que o que conta é a experiência. E realça: “Se houvesse mais treino, era diferente”.

O facto de os participantes formarem um grupo muito homogéneo facilita, pois já se conhecem uns aos outros. “Mas acima de tudo, participamos para nos divertirmos”, sublinha.

Apesar de estarmos a falar de veleiros em formato mini, Hedi Costa sustenta que “toda a componente de regras e regulamentação está presente, como se se tratasse de uma competição com embarcações grandes”, nas quais também já participou.

O vencedor deste Troféu sabe que há um parque de proprietários de mini-veleiros muito maior do que aquele que participou nesta competição, os quais não competiram por razões diversas.

As regatas de mini-veleiros representam um hobbie, mas Hedi Costa garante que “não se trata de um desporto dispendioso”.

As avarias são, maioritariamente, reparadas pelos próprios donos dos mini-veleiros, os quais também são responsáveis pela manutenção.

“Todos gostam de ter um bom veleiro e investem na aquisição de velas e mastros”, explica Hedi Costa, que construiu de raiz o seu veleiro. “Aproveitando a base do modelo que é igual aos outros, usei materiais mais leves, por isso o meu barco é mais leve do que os outros e também mais fácil de manobrar”. Este praticante confessa que gosta de construir, o que o levou a investir no seu próprio mini-veleiro.

“Estou muito satisfeito”
João Nunes, Responsável pela Secção de Mini-Veleiros do Clube Naval da Horta, não podia estar mais satisfeito pela forma como decorreu este Troféu. “Não houve cancelamentos, o tempo colaborou sempre e houve competição, desportivismo e camaradagem”, realça.

Quanto ao número de participantes, confessa que esperava mais, mas sabe que muitos não se inscreveram devido às alterações nos horários laborais, o que foi sinónimo de menos disponibilidade. O facto de alguns terem os barcos avariados, também pesou. Apesar de tudo, “continua a haver um grupo interessado e sempre com ideias e sugestões novas”.

Durante as regatas, a competição é a sério e todos tentam ser os melhores. Terminada a prova, o tempo é de convívio. A comprovar, estão as horas de descontracção passadas junto à Turismar, de Mário Carlos, (também da Secção) após o terminús de cada uma das Provas deste Troféu.

A amizade também está presente nas dificuldades, já que as reparações maiores são sempre feitas em casa de José Gonçalves. Quanto às pequenas manutenções, ficam por conta de cada um.

A modalidade já conquistou não só muitos praticantes na ilha do Faial, como também muitos mirones curiosos que, ao passarem pelo local das provas, paravam para apreciarem as manobras das diversas regatas, que contaram sempre com um barco de apoio do CNH.

No que concerne a um campeonato inter-ilhas, João Nunes refere que a Secção de Mini-Veleiros do CNH já foi ao Clube Naval das Lajes do Pico, “onde foi muito bem recebida”, fazer uma demonstração e tentar incrementar esta modalidade na ilha montanha, mas a semente não germinou. Perante os contactos encetados recentemente, coloca-se novamente a hipótese de a ideia vingar no Pico, “onde ressurgiu o interesse”. “O que está a faltar é alguém comprar um mini-veleiro e começar a praticar. A partir daí, vai ser uma bola de neve, como aconteceu no Faial”, salienta este dirigente.

A Secção faialense também já foi à Terceira, por altura das Sanjoaninas, onde realizou uma prova, com a colaboração do Angra Iate Clube. Mas também lá, ainda não houve motivação suficiente.

João Nunes é um adepto ferrenho dos mini-veleiros, há muitos anos. Integrou a Direcção do CNH há 6 anos, e precisamente por já estar por dentro desta mecânica, ficou com a Secção de Mini-Veleiros a seu cargo.

Este é já o segundo barco de João Nunes, que em 2013 foi o vencedor deste Troféu.