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Windsurf: Entrevista a Belchior Neves, velejador do Clube Naval da Horta

Parabéns Belchior, pelas tuas recentes participações em competições de Windsurf! Podes contar-nos um pouco sobre as últimas provas que disputaste? Como foram essas experiências?

Antes de mais, gostava de agradecer ao Clube Naval da Horta por todo o apoio que me têm dado para conseguir competir, tanto em Portugal, como no estrangeiro. Muito obrigado!

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As duas últimas provas que disputei foram o Campeonato de Portugal de IQFOIL em Cascais e o Campeonato do Mundo de Formula Foil em Garda, na Itália. O Campeonato de Portugal não me correu como esperava, as condições climatéricas e técnicas também tornaram o campeonato difícil. Alcancei o 8º lugar da tabela classificativa o que, para mim, foi um pouco desanimador. Quanto ao Campeonato do Mundo, uma experiência para voltar a repetir seguramente. Alcanço a 11ª posição em 53 concorrentes, o que foi muito bom! Num sítio fabuloso, onde a prática das modalidades náuticas está ao rubro, com centenas para não dizer milhares, de pessoas na água a praticar as mais diversas modalidades náuticas. O campeonato foi realizado mesmo com essa dificuldade de espaço, onde havia sempre quem quisesse "participar" involuntariamente nas regatas.

O Windsurf é um desporto emocionante e desafiador. Quais foram os principais desafios que enfrentaste durante as competições desta época e como os superaste?

Conseguir controlar as emoções por vezes é bastante difícil. É sempre mais fácil refletir sobre um bom resultado do que de um mau, onde por vezes a vontade de continuar é difícil de encontrar, mas no Windsurf há diversão. E quando conseguimos conciliar as duas coisas, a competição e a diversão, fica tudo muito mais fácil.

Sabemos que cada competição traz aprendizagens valiosas. Quais foram as principais lições que tiraste das últimas provas? Isso influenciará a tua abordagem nos futuros eventos?

Ir a qualquer campeonato traz sempre novas aprendizagens. Mas um campeonato com tantos atletas traz ainda mais algumas. A principal lição que retive foi a avaliação do campo de regatas para me conseguir destacar no grupo da frente, visto que o grupo era grande e qualquer erro era difícil de recuperar. Certamente, é uma coisa que levo comigo para o futuro nesta modalidade.

O Clube Naval da Horta tem tido como guideline prestar o apoio necessário a atletas da casa, com provas dadas e que desejem aumentar a sua experiência com participações em competições fora de portas. Sendo que foste velejador do clube desde muito novo, mais tarde treinador e agora atleta de alta competição, o que consideras que o CNH te tenha dado, para chegares onde chegaste hoje em dia?

Infelizmente, nas nossas águas, o Windsurf é um desporto com cada vez menos atletas. O que o Clube Naval da Horta tem feito por mim, acreditar no meu trabalho, é fundamental para as minhas participações nos campeonatos.

O Windsurf Foil tem muitas especificidades técnicas. Treinar nos Açores não é fácil, muito menos sozinho. Eu faço treinos sempre que consigo, e sempre que as condições climatéricas o permitam. Quando não é possível, faço treinos de terra (ginásio e bicicleta) como forma complementar. 

Há alguma competição que podes destacar? O que mais gostaste e o que mais sentiste falta durante essa competição?

Até ao dia de hoje, vou sempre destacar o Campeonato do Mundo em Garda. Não só pela organização, mas também pelo sítio. É um local para voltar com toda a certeza. O que mais falta senti nesse campeonato, foi mesmo a falta de forma física para os 6 dias de prova. Ao fim de 25 regatas, posso dizer que estava exausto.

Olhando para o futuro, quais são as tuas perspectivas e objetivos no Windsurf? Há algum evento importante em que gostarias de participar, ou o Campeonato do Mundo em Itália foi o objetivo máximo que pretendias alcançar?

Penso que o Campeonato do Mundo em Itália foi só o começo. Participar em provas daquela nível e intensidade é o que qualquer atleta gosta de alcançar. Portanto, vão ser esse tipo de provas que vou procurar no futuro.

Já agora fala um pouco sobre o Campeonato do Mundo, como foi essa experiência para ti? Sabemos que foste com o velejador de Portimão, Miguel Martinho, experiente na modalidade de Windsurf em Portugal. Foi positivo a sua presença e o que aprendeste com ele?

Como já fui referindo ao longo da entrevista, o Campeonato do Mundo foi o melhor campeonato onde já participei. 25 regatas ao fim de 6 dias de prova, com condições de vento fraco e vento forte, deram para ver e perceber, onde tenho que investir para melhorar.

Ter a companhia do Miguel Martinho do Clube Naval de Portimão foi bom. É um atleta com uma vasta experiência neste mundo dos campeonatos de Windsurf, e naqueles momentos onde as coisas não me corriam tão bem, era a ele que recorria para falar sobre o ocorrido e ouvir a opinião e conselhos dele em como proceder na próxima vez.